O secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, anunciou hoje, domingo, que deverão ser começar a ser enviados para a Madeira na próxima semana os meios de engenharia militar necessários para repor as pontes afectadas.
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"A expectativa que temos é que durante a próxima semana comecem a ser enviados meios, nomeadamente uma equipe de 15 especialistas com capacidade para montar as pontes e já algumas dessas pontes", avançou à agência Lusa em Mangualde, onde hoje, domingo, de manhã entregou equipamentos de georeferenciação às corporações de bombeiros do distrito de Viseu, poucas horas após ter regressado da Madeira.
Segundo Vasco Franco, "ontem (sábado) mesmo, no avião com o primeiro-ministro, foram dois especialistas em engenharia militar, que ficaram lá para fazer o levantamento das necessidades".
O secretário de Estado considerou que na ilha se viveu uma situação "absolutamente excepcional, com precipitações de que não há memória na Madeira em termos de concentração num período horário muito curto, coincidindo com a maré alta".
Salientou a resposta do Governo regional, que "surpreendeu pela positiva", porque quando os membros do Governo chegaram à ilha no sábado à noite "já havia muita gente no terreno, grande parte da energia eléctrica estava reposta, havia uma capacidade demonstrada muito grande".
"Daí também a selecção dos meios que foi preciso enviar daqui, feita com a cooperação do Governo regional, tenha sido menor do que aquela que nós preparada", justificou, acrescentando que estavam prontas "150 pessoas, entre GIP's, canarinhos e pessoal do regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa".
O governante esclareceu que neste momento "não há necessidade de apoio" das corporações de bombeiros do continente e que as necessidades de apoio indicadas "eram muito especializadas".
"Por um lado médicos da medicina legal, porque não havia naturalmente na ilha em número suficiente para responder a uma situação em que de repente há mais de três dezenas de mortos, por outro lado (seis) mergulhadores, e foram os canarinhos da Força Especial de Bombeiros para eventual necessidade de resgate de vítimas no mar, e também a GNR com cães, binómios (dois, reforçando o já existente), para procurar pessoas dadas como desaparecidas", explicou.
Viajaram também para a Madeira 30 elementos da PSP que foram temporariamente reforçar o dispositivo local, "especialmente a cidade do Funchal, uma vez que há muitas áreas fortemente danificadas, nomeadamente ao nível do comércio".
Para a ilha seguiram ainda equipas da PT, "uma vez que é fundamental a reposição das comunicações", acrescentou.
"Os meios que seguiram para a Madeira foram aqueles que o Governo regional considerou necessários de imediato", justificou Vasco Franco.
O secretário de Estado frisou que "agora há que reconstruir, repor tudo, preparar uma candidatura a fundos comunitários que existem para estas situações" e repor as pontes, que "são absolutamente necessárias para que a vida volte à normalidade".
"Há situações em que em nenhum sítio do mundo estamos preparados. Vemos nos países mais avançados quando ocorrem situações absolutamente excepcionais demora tempo a repor a normalidade. Mas os meios que foi possível mobilizar deram uma resposta muito pronta e, dentro da possibilidade, eficaz", considerou.