<p>O acidente já está a ser investigado. O Ministério Público instaurou o inquérito e as Obras Públicas pediram um relatório detalhado à concessionária, que afirma, por sua vez, que a sinalização é suficiente e que não pensa avançar com qualquer plano de intervenção.</p>
Corpo do artigo
Contactado pelo JN, o Ministério da Administração Interna disse já estar em curso a investigação, lembrando que "o inquérito é realizado pela GNR e dirigido pelo Ministério Público (MP)". O inquérito do MP foi ordenado, mediante participações daquela força militar, sendo um primeiro passo a realização das autópsias.
Já o Ministério das Obras Públicas diz que, através do Instituto de Infra-estruturas Rodoviárias (INIR), foi solicitado "à concessionária responsável pela gestão da via (a Ascendi) um relatório detalhado acerca da ocorrência".
Contactada pelo JN, a Ascendi garantiu que "o relatório será entregue nos termos solicitados pelo INIR". Questionada sobre se avançará com um plano de intervenção naquela zona propícia a nevoeiros, respondeu que "não".
"No entender da concessionária, as condições de sinalização e iluminação da auto-estrada são as adequadas à corrente exploração", respondeu. E a A25 está numa "zona montanhosa e, como tal, ocorrem com relativa frequência episódios de chuva e nevoeiro". A Ascendi crê ainda que não existe ali outro factor de risco.
O mesmo não pensa o presidente do Observatório para a Segurança na Estrada, Nuno Salpico, para quem a concessionária deve reforçar a sinalização e a limpeza das estradas (ler entrevista).
Falta policiamento e auditorias
Confrontada com testemunhos segundo os quais os painéis terão sinalizado o acidente 20 minutos depois, a Ascendi garante que "foram accionados assim que as autoridades policiais e os elementos de assistência da concessionária confirmaram um acidente".
Por seu turno, o director-geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa, José Manuel Trigoso, defendeu a realização "obrigatória e séria" de auditorias de segurança rodoviária aos projectos de construção das estradas. Antes "e não depois de estarem feitas", disse à Lusa.
A Associação dos Profissionais da Guarda critica o "policiamento deficiente" e a "ausência da componente pedagógica" e de uma actuação mais vocacionada para a prevenção e de visibilidade das patrulhas. E diz que "a extinção da Brigada de Trânsito" prejudicou "de forma substancial a segurança de quem circula nas estradas".
Também a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados diz que a falta de "patrulhamento em circulação" por parte da GNR nas auto-estradas é um "risco adicional".