Pedro Passos Coelho (35%) e Paulo Rangel (32%) estão praticamente empatados na corrida pela liderança do PSD. A confirmar-se o resultado da sondagem da Universidade Católica, José Pedro Aguiar Branco será derrotado de forma estrondosa (8%).
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A união não faz a força. Pelo menos no caso da candidatura de Aguiar Branco, um dos principais candidatos à liderança do PSD. O advogado portuense, antigo ministro da Justiça e actual líder da bancada social-democrata no Parlamento, não deverá conseguir "unir" número suficiente de votos para disputar a vitória. É essa a nota principal do Barómetro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa para o JN, DN, RTP e Antena 1, que lhe atribui 8% dos "votos" entre os simpatizantes do partido e um pouco menos (7%) quando é considerado o total da amostra.
A liderança do PSD estará então a ser disputada entre Paulo Rangel, que propõe uma "ruptura", e Pedro Passos Coelho, adepto da "mudança", sendo que é este último que leva vantagem: 35% contra 32% no universo de simpatizantes do PSD. Para além de ir à frente entre quem o poderá eleger, quando o universo é o da totalidade dos inquiridos, ou seja, todos os portugueses, a diferença acentua-se a favor de Passos Coelho, 27% contra os 22% de Paulo Rangel.
Mesmo quando a pergunta passa a ser sobre qual dos candidatos seria melhor primeiro-ministro, é Pedro Passos Coelho que revela uma imagem mais positiva junto dos portugueses: tem 26%, contra 19% de Paulo Rangel e 7% de José Pedro Aguiar Branco. A mesma pergunta feita aos simpatizantes do PSD dá resultados ligeiramente diferentes e confirma o "empate" entre Passos Coelho e Rangel: 32% contra 30%. Aguiar Branco fica longe, com 8%.
Qualquer que venha a ser o escolhido para líder do PSD, vai herdar um partido cuja expressão eleitoral está nos 33%, como ontem o JN noticiou. Uma evolução positiva quer se compare com o Barómetro anterior (32%), quer com o resultado das legislativas de Setembro (29%). Sobretudo quando se sabe que o partido está sem liderança efectiva. Ainda assim, o PSD está a oito pontos de um PS que, não só não acusa o desgaste, como reforça a liderança (41%). Mas não será no congresso que hoje começa em Mafra (ver mais noticiário na página 8), que os sociais-democratas começarão a falar para o país. Será ainda o tempo de combates internos, a poucos dias do teste decisivo das directas (26 de Março).
Ficha Técnica
Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universi-dade Católica Portuguesa (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias entre os dias 6 e 9 de Março de 2010. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram seleccionadas aleatoriamente dezanove freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II (2001) e por freguesias com mais e menos de 3200 recenseados. A selecção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das eleições legislativas de 2002 e 2005 nesse conjunto de freguesias, ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma, estivessem a menos de 1% do resultados nacionais dos cinco maiores partidos. Os domicílios em cada freguesia foram seleccionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o mais recente aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 1148 inquéritos válidos, sendo que 54% dos inquiridos eram do sexo feminino, 40% da Região Norte, 17% do Centro, 31% de Lisboa e Vale do Tejo, 7% do Alentejo e 5% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população com 18 ou mais anos, residentes no Continente, por sexo (2007) e escalões etários (2007), na base dos dados do INE, e por região e habitat ma base dos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de resposta foi de 49,6%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1148 inquiridos é de 2,9%, com um nível de confiança de 95%.
* A taxa de resposta é estimada dividindo o número de inquéritos realizados pela soma das seguintes situações: inquéritos realizados; inquéritos incompletos; não-contactos (casos em que é confirmada a existência de um inquirido elegível mas com o qual não foi possível realizar a entrevista); e recusas.