A presidente do PSD desvalorizou hoje, quarta-feira, o sentido de voto do seu partido em relação à alteração orçamental proposta pelo Governo, afirmando que "está refém" de um "facto consumado", que é a política económica governamental.
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Numa declaração à agência Lusa feita a partir de Bona, na Alemanha, Manuela Ferreira Leite sustentou que "o agravamento do défice não é resultado de uma política correcta, com efeitos positivos na situação económica".
"Essa é a questão importante e não o sentido de voto do PSD, que está refém deste facto consumado", acrescentou a presidente do PSD.
"O que interessa é termos consciência de que as políticas seguidas pelo Governo estão erradas, obrigando os portugueses a sacrifícios inúteis", reiterou a ex-ministra das Finanças.
Manuela Ferreira Leite encontra-se em Bona a participar no congresso do Partido Popular Europeu (PPE), que se iniciou hoje e termina na quinta-feira.
Na declaração à agência Lusa, a presidente do PSD começou por afirmar que "a proposta de alteração ao Orçamento vem confirmar" os "erros da política do Governo" que foram apontados pelo seu partido.
"Confirma que o Governo enganou os portugueses escondendo o que se passava e agora, depois das eleições, aí estão os dados que antes desmentia: O défice orçamental em cerca de oito por cento", apontou.
Segundo Manuela Ferreira Leite, neste momento "a prioridade não é o défice", mas sim "o emprego e a questão social".
No seu entender, contudo, "o que não é aceitável é termos um défice tão elevado e, ao mesmo tempo, termos o desemprego mais alto de sempre e uma economia estagnada".
"Ou seja, o agravamento do défice não é resultado de uma política correcta, com efeitos positivos na situação económica. Essa é a questão importante e não o sentido de voto do PSD, que está refém deste facto consumado", concluiu.
A proposta do Governo de segunda alteração ao Orçamento do Estado para 2009 vai ser votada no Parlamento na sexta-feira.