O PS instou o Governo a deixar cair a redução da Taxa Social Única para os empregadores anunciada sexta-feira pelo primeiro-ministro, "a bem de Portugal", alegando que esta medida não tem efeitos positivos no emprego e na economia.
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"Esta proposta não pode conhecer a luz do dia em forma de lei, eis o que vos exige todo o país em clamor, e é por isso o último repto que vos deixo em nome do Partido Socialista, a bem de Portugal", afirmou o deputado socialista Pedro Marques, explicando que a ver dos agentes económicos, académicos, sociais e políticos, esta não tem efeitos positivos no emprego e na economia.
A medida anunciada pelo primeiro-ministro implica um corte de 23,75 para 18% da contribuição dos empregados para a Segurança Social.
O PS diz mesmo que esta medida acaba com o consenso que havia no país em relação ao programa de ajustamento, de forma ostensiva, e que opera a maior transferência de riqueza do rendimento para o capital de que há memória.
"Um severo aumento de impostos para os trabalhadores, para todos os trabalhadores mesmo os de salários muito baixos, demasiado baixos. O salário mínimo nacional ou valores pouco superiores, serão reduzidos nominalmente, isto é inimaginável senhor ministro das Finanças, mais um passo no experimentalismo na economia dos baixos salários, e fazem-no de forma intencional por que a redução da Taxa Social Única nunca esteve nestes moldes no memorando, chegou mesmo a deixar de contar nas seguintes revisões, mas foi agora recuperado intencionalmente pelo Governo", disse.
O deputado lembrou então que "há um ano esta proposta só funcionava bem no mundo académico e agora é para a frente e em força, e assim o Governo destrói um importante consenso político e social num momento tão complexo da vida da nação".