O secretário-geral do PS afirmou, esta sexta-feira, que o Governo está a agravar os impostos dos cidadãos com a nova taxa sobre as grandes superfícies comerciais e pediu a revisão dos critérios na avaliação dos imóveis, no debate quinzenal com o primeiro-ministro no Parlamento.
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As duas questões foram levantadas pelo líder do PS, no debate quinzenal na Assembleia da República, durante um debate tenso com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
"Não estava no memorando da "troika" nem em parte nenhuma [do programa do Governo] uma taxa sobre as grandes superfícies [comerciais], mas foi anunciada pelo seu Governo. O senhor primeiro-ministro acha que alguém neste país acredita que são as grandes superfícies que vão pagar essa taxa? Quem vai pagar essas taxas são os consumidores e os produtores do país - e aqui está mais um exemplo de que cortes nas gorduras do Estado zero, impostos e taxas sobre os portugueses muitos", acusou António José Seguro.
Na resposta, Pedro Passos Coelho disse que o secretário-geral do PS "não ganha credibilidade na opinião pública quando se dirige nos termos em que acaba de fazer, porque, lamentavelmente, quando o Governo quer falar sobre o futuro e do que está a fazer pela economia portuguesa, o PS nada tem a dizer".
O secretário-geral do PS referiu depois mais um suposto caso de aumento de impostos, desta vez relacionado com o processo de avaliação de imóveis.
"Neste momento, por todo o país, andam funcionários das finanças a fazer avaliações de habitações com critérios que não têm em conta a atual situação de crise, nem as condições objetivas dos imóveis. Há avaliações que passam de 30 mil para 90 mil euros, ou de 40 mil para 140 mil euros, o que significa mais um encargo e um enorme sacrifício para os portugueses", apontou Seguro.
Em alternativa, o líder do PS pediu ao Governo "para introduzir novos critérios nessas avaliações, porque há portugueses sem dinheiro para pagar o Imposto Municipal sobre Imóveis".
Na resposta, o primeiro-ministro disse que o processo de avaliação de imóveis consta do memorando da "troika" subscrito pelo Estado Português "e vai ser realizada".