O secretário-geral do PS, José Sócrates, garantiu, esta sexta-feira, na abertura do XVII congresso, que não tem "medo de eleições". Acusou o PSD de "irresponsabilidade" ao abrir uma crise política e desafiou Passos Coelho a explicar que portugueses terão de "pagar" pela saúde, bem como que propostas tem para a educação e mercado de trabalho. Afirmou, ainda, que a liderança do PSD "devia ser um cargo rotativo", deixando no ar a ideia de uma nova mudança de presidente.
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"Não tenho medo de eleições, nem do julgamento democrático dos portugueses", assegurou, em Matosinhos, o líder socialista e primeiro-ministro, após sublinhar que não é "dos que fogem" ou "viram a cara às dificuldades".
Afirmando o PS "como um partido de coragem" e "capaz de correr riscos", acusou o líder do PSD de apenas "fazer contas ao jeito que lhe pode dar abrir uma crise política" na pressa que tem para "chegar ao poder" e de ser "irredutível". Tiraram "o tapete ao país", acusou José Sócrates, acrescentando que os sociais-democratas provocam esta crise sem ter um projecto ou uma alternativa. E denunciou a "impreparação" do PSD espelhada nas diferentes declarações que foi fazendo sobre o PEC.
O líder socialista criticou, ainda, a proposta de privatização parcial da Caixa Geral de Depósitos, por ser uma "aventura leviana" e uma "imprudência" fazê-lo em plena crise financeira. Além disso, "o que o PSD quer é o despedimento livre". E uma "ruptura do Serviço Nacional de Saúde". Neste ponto, desafiou Passos Coelho a explicar "que portugueses vão ter de pagar" por este serviço. E essa resposta "tem que ser dada já". E acusou-o de atacar a escola pública.
"O que o país ganha com a irresponsabilidade do PSD?", questionou, ainda, afirmando que os sociais-democratas conseguiram o que queriam com "a marcação das eleições antecipadas". Mas "uma coisa é ter eleições, outra é ganhá-las", avisou, concluindo que "esta direcção do PSD merece tudo menos ganhar as próximas eleições legislativas".
Sócrates disse, ainda, que o PSD "adora" escolher líderes e destacou que, enquanto tem conduzido o PS, "já conheceu cinco líderes" do maior partido da Oposição. "E não sei se a coisa fica por aqui", atirou. Quanto ao BE, "é hoje uma grande desilusão".