A polícia dinamarquesa está a mobilizar milhares de agentes para a cimeira sobre alterações climáticas de Copenhaga, que arranca segunda-feira, naquela que é já considerada a maior operação de segurança desde a II Guerra Mundial.
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O reforço do dispositivo de segurança na capital dinamarquesa, que a partir de próxima semana acolhe a cimeira das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, não se restringe apenas ao aumento do número de efectivos, utiliza também meios mecanizados para controlo e dispersão de multidões.
Uma das viaturas que vão ser utilizadas para manter a segurança e conter possíveis tumultos é um veículo blindado de 22 toneladas equipado com canhões de água e lançador de fumos e de granadas de gás lacrimogéneo.
De acordo com um porta-voz da polícia local, Michael Engell, a viatura, que até agora nunca foi utilizada pelas autoridades dinamarquesas, tem um "depósito para 6000 litros de água, onde também pode ser acrescentado gás lacrimogéneo".
Mais de cem chefes de Estado e de Governo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e cerca de 15 mil delegados confirmaram a sua presença na cimeira, onde a comunidade internacional espera chegar a consenso sobre um novo acordo climático pós-Quioto, cuja vigência expira em 2012.
Apesar de as autoridades dinamarquesas esperarem que a maioria das manifestações decorram de forma pacífica, dizem-se preparadas caso os ânimos aqueçam.
"Não queremos estar em guerra com ninguém", garantiu o chefe de operações da polícia de Copenhaga, Per Larsen, salientando, no entanto, que "vão agir em conformidade caso aconteça algo inaceitável". "Isto não é uma ameaça, é mais uma informação ao consumidor", frisou.
Lene Vennits, um dos organizadores de uma manifestação prevista para 12 de Dezembro, criticou a polícia pelo uso de canhões de água, considerando que isso apenas "envia um sinal de que a cimeira de Copenhaga é sobre violência".
Mais de metade do total de 11 mil elementos da força policial estará nas ruas de Copenhaga, tendo também já os países vizinhos disponibilizado diversos equipamentos, como helicópteros e viaturas especiais.
Apesar da livre circulação de pessoas e bens no espaço europeu, a Dinamarca anunciou que vai reactivar os controlos fronteiriços até ao final da cimeira, não tendo, no entanto, elevado o nível de alerta terrorista no país.
Entretanto, as autoridades anunciaram sábado que vão reduzir o dispositivo de segurança que tinha sido destacado para os primeiros dias da cimeira, depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter declarado que estará presente apenas no encerramento do encontro.
"Temos um plano [de segurança] concebido para poder aumentar ou baixar de intensidade. É claro que vamos baixar a intensidade" depois da decisão de Obama, informou Henrik Suhr, porta-voz da polícia dinamarquesa.
Agentes inicialmente mobilizados para a abertura oficial da cimeira, na quarta-feira, poderão ser desmobilizados e o número de efectivos será também reduzido, adiantou o mesmo responsável, sem avançar dados concretos.
Barack Obama anunciou sexta-feira que se desloca a Copenhaga no último dia da cimeira e não no primeiro dia, como anteriormente previsto, para poder participar nas derradeiras negociações com os outros dirigentes mundiais.