<p>Entre 600 e 700 pessoas já foram detidas pelas autoridades dinamarquesas, em Copenhaga, na sequência de vários incidentes violentos durante a manifestação à margem da conferência da ONU sobre o clima, segundo um novo balanço da polícia.</p>
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O último balanço da polícia dinamarquesa dava conta de "mais de 400 detenções", na sua maioria membros dos 'Black Blocks', um grupo autónomo violento, oriundo da Europa do Norte e já referenciado pelas autoridades europeias por ter causado distúrbios durante a última reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Estrasburgo.
Os incidentes na capital dinamarquesa, onde decorrem as negociações para encontrar um novo acordo sobre o clima, começaram pouco depois das 14:00 locais (13:00 em Lisboa), quando cerca de 300 encapuçados vestidos de preto atacaram montras e fachadas de bancos, assim como o ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca, segundo o numero dois da policia, Per Larsen.
As autoridades dinamarquesas, "temendo uma escalda dos conflitos", decidiram enfrentar os desordeiros, que estavam munidos de tijolos, martelos e latas com gás, mas não utilizaram a força.
Um elemento da polícia foi ferido na cara por um arremesso de uma pedra, e vários carros foram incendiados.
Na sequência destes incidentes, que ocorrem no fim da tarde de hoje, a policia deteve mais duas dezenas de pessoas, não sabendo-se ao certo quantos desordeiros foram detidos no total.
Estes distúrbios têm vindo a marcar o desfile que saiu às ruas da capital dinamarquesa.
Um protesto a favor de um acordo equitativo e ambicioso e contra as alterações climáticas, em qual participaram cerca de 30.000 pessoas, segundo uma estimativa da polícia, 100 mil segundo os organizadores.
Milhares em Copenhaga alertam para as questões climáticas
Milhares de pessoas estavam hoje, sábado, concentradas no centro de Copenhaga para iniciar uma manifestação à margem das negociações climáticas.
"Estimamos o número em cerca de 30 mil, mas não passa de um cálculo", declarou um oficial de serviço da polícia dinamarquesa.
A cadeia de telvisão dinamarquesa TV2 News falava que o número de manifestantes se situaria entre "30.000 e 100.000 manifestantes".
O director da Greenpeace International, Kumi Naidu, afirmou na tribuna que os manifestantes totalizavam 100.000.
Sexta-feira, a polícia dinamarquesa anunciou que esperava uma manifestação de mais de 50.000 participantes e os organizadores dos protestos apontavam para um número entre 60 mil e 80 mil de manifestantes.
Enquanto os manifestantes se dirigiam em direcção ao Bella Center, local das negociações, os organizadores reiteraram os apelos à calma.
Um dos temas dominantes desta manifestação, a uma semana da eventual conclusão de um acordo na luta contra o sobreaquecimento climático, com a presença de 110 chefes de Estado, é a reivindicação de um acordo justo e equitativo para os mais pobres e para os mais vulneráveis.
"Cada ano, 300 mil pessoas morrem devido às mudanças climáticas. Não é uma questão de adaptação mas de sobrevivência", referiu Kumi Naidu aos manifestantes.