Domingos Paciência era o ídolo de André Villas-Boas quando, na década de 90, o agora técnico dos "dragões" abordou o então treinador Bobby Robson para lhe revelar descontentamento pelo facto do ponta de lança não jogar no F. C. Porto.
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"Se calhar foi o jogador que espoletou o início da minha carreira. Quando abordei o treinador do F. C. Porto foi para mostrar-lhe insatisfação pelo facto do Domingos não estar a jogar. Morava no meu prédio e na irreverência da minha juventude permiti-me discordar", lembrou o técnico portista, na antevisão ao encontro com os "arsenalistas".
A "história curiosa" foi hoje recordada pelo agora técnico dos "dragões", André Villas-Boas, que confessou ser um "apreciador das qualidades de Domingos", agora como "líder e treinador".
"Não é normal os feitos do Braga, a regularidade que demonstra. De um ano para outro perdeu pedras fundamentais, mas mantém um patamar elevado. Um grupo forte. Tem estrutura sólida, extremamente bem montada, com presidente e treinador ambiciosos e jogadores extremamente motivados e bem organizados", justificou.
A prematura ousadia e conhecimentos de André Villas-Boas levaram-no a enveredar pela carreira desportiva, que começou em 2003, enquanto assistente de José Mourinho (observava os adversários), tendo na época passada mudado radicalmente com a estreia na Liga, enquanto treinador principal, chegando a meio da época à Académica de Coimbra.
A subida "meteórica" na carreira continuou esta temporada com o convite para treinar o FC Porto, seu clube do coração.
"Quero estar aqui o maior número de anos possível, sabendo que com este presidente o normal são dois anos, tenho de o convencer a ficar cá 10. Não só porque amo o clube desde sempre, mas também pelo ambiente. A cultura do clube, a cidade e as pessoas do norte representam uma certa forma cultural de estar na sociedade com o qual me identifico e que não se pode encontrar em todos os lados", explicou Villas-Boas.
O técnico fez estas declarações na conferência de imprensa de antevisão ao encontro com o Sporting de Braga, sábado, no Estádio do Dragão, respondendo a perguntas de um jornalista japonês que veio a Portugal para fazer um trabalho sobre si e sobre o FC Porto.