O juiz Rui Rangel está esta quinta-feira a ser ouvido no Supremo Tribunal de Justiça, onde chegou com a juíza Fátima Galante, também arguida, pelas 9.50 horas.
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Rui Rangel começou a ser ouvido pelo juiz conselheiro Pires da Graça e procurador Paulo de Sousa cerca das 10.30 horas. O interrogatório ao juiz foi interrompido para almoço e os trabalhos serão retomados pelas 15 horas.
Os arguidos e seus advogados saíram do edifício do tribunal pouco antes das 14 horas, por uma porta lateral, para evitar a "exposição mediática", segundo indicou aos jornalistas o advogado de Fátima Galante, Paulo Cunha e Sá.
Só no final do interrogatório de Rui Rangel será chamada Fátima Galante. Após o almoço, Paulo Cunha e Sá revelou ter a "firme expectativa" de que a sua cliente seja ouvida ainda esta quinta-feira. No regresso ao tribunal cerca das 14.50 horas, Rui Rangel, visivelmente abatido, entrou pela porta da frente e afirmou que respeita o trabalho dos jornalistas, mas que não iria prestar declarações.
Rui Rangel e Fátima Galante são juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa e estão indiciados por crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagens, branqueamento, fraude fiscal e branqueamento.
Ambos já foram suspensos das suas funções pelo Conselho Superior da Magistratura, que também impediu a promoção de Galante ao Supremo.
A operação Lex tem pelo menos 13 arguidos, entre os quais se encontram o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares, o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues e três advogados.
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Cinco arguidos foram mesmo detidos - os advogados Jorge Barroso, José Santos Martins e Bernardo Santos Martins, o oficial de Justiça Octávio Correia e Rita Figueira, ex-mulher do juiz Rui Rangel. Todos saíram em liberdade após primeiro interrogatório judicial, mas sujeitos a Termo de Identidade e Residência e proibição de contactos. Um dos advogados, que não foi identificado, terá de pagar uma caução de 25 mil euros.
A Operação Lex investiga branqueamento de capitais, fraude fiscal, tráfico de influências e corrupção/recebimento indevido de vantagens.
Na operação, desencadeada no passado dia 30 de janeiro, foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente ao Sport Lisboa e Benfica, à casa de Luís Filipe Vieira e dos dois juízes e a três escritórios de advogados.