O Parlamento da Crimeia aprovou, esta quinta-feira, por unanimidade, pedir a Vladimir Putin a anexação daquela região ucraniana à Federação Russa e antecipou o referendo sobre a autonomia para 16 de março.
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Em declarações à agência Interfax, o vice-primeiro-ministro do Governo regional, Rustam Termigaliyev, explicou que, desde esta quinta-feira, a presença de tropas russas na Crimeia está legalizada e que militares de outros países serão consideradas "forças de ocupação".
A decisão foi tomada no dia em que 35 observadores militares não armados da OSCE foram impedidos de entrar naquela república autónoma e em que o mesmo Parlamento antecipou o referendo sobre a independência da região para dia 16 deste mês.
Na sequência deste decisão, o presidente-interino, Olexandre Tourtchinov, anunciou que o Parlamento da Ucrânia vai avançar com um processo de dissolução do Parlamento da Crimeia.
A consulta popular é considerada "ilegal" pelos EUA e a União Europeia. "O referendo proposto sobre o futuro da Crimeia violará a Constituição ucraniana e o direito internacional. Qualquer discussão sobre o futuro da Ucrânia deve incluir o Governo legítimo", avisou Obama.
A Casa Branca aprovou o congelamento dos vistos de altos funcionários russos e ucranianos envolvidos na violação da soberania da Ucrânia e a Câmara dos Representantes votou favoravelmente a concessão de um empréstimo de mil milhões de dólares a Kiev.
O secretário de Estado americano, John Kerry, voltou a reunir-se com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, mas o encontro terminou sem resultados.
Entretanto, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, anunciou um projeto de lei que visa facilitar a aquisição da nacionalidade russa por parte de cidadãos das antigas repúblicas soviéticas. O processo fica concluído em três meses, mas o requerente tem de renunciar à nacionalidade do outro país.