A situação na Ribeira Brava, na Madeira, continua caótica depois do temporal de sábado embora os bombeiros e populares procurem desimpedir estradas e levar ajuda aos que estão ainda isolados e a quem mais precisa.
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A agência Lusa constatou no local que já se pode viajar do Funchal para a Ribeira Brava pela via rápida, embora com alguns condicionamentos, mas a zona alta da Ribeira Brava continua isolada pois a única estrada que lhe dá acesso quase desapareceu na sequência de vários desabamentos e aluimentos de terras.
A estrada, que dava acesso à serra da cumeada e ao norte da ilha (através de um túnel) ficou praticamente sem um troço, cujo pavimento de alcatrão desapareceu por completo ficando apenas buracos, lama, destroços e pedregulhos.
Só por volta do meio dia chegaram ao local os primeiros meios de ajuda, dos bombeiros, que ainda não conseguem chegar a todo o lado.
O fato de o tempo ter melhorado permitiu aos bombeiros e a alguns populares iniciarem os trabalhos de limpeza das estradas, usando para isso máquinas pesadas, para facilitar a deslocação das pessoas.
Mas é impossível fazer uma previsão de quando é que a situação voltará à normalidade, tais são os estragos causados pelo temporal de sábado.
O comandante dos bombeiros da Ribeira Brava, Agostinho Silva, questionado pela Lusa, admitiu, embora com alguma dúvida, que talvez dentro de "um ano" tudo esteja normalizado.
Na mesma zona ruíram duas casas e várias outras ficaram danificadas e os bombeiros temem que algumas destas fossam vir a ruir tal é o estado em que ficaram.
Os particulares que ficaram desalojados estão em casas de vizinhos e todos estão a tentar limpar as suas casas e garagens como podem, reagindo ao desespero que sentem por terem perdido o recheio da casa, a roupa e até os víveres.
Por todos lado se vêm montes de lama, recheados com utensílios domésticos, peças de roupa, livros, destroços de árvores e pedras.
Continuam desaparecidas cinco pessoas nesta zona e já foram encontrados dois corpos no meio da lama, junto à entrada de um túnel, que, segundo os bombeiros, terão sido arrastados de uma zona alta a cerca de 150 metros (Pomar da Rocha) por um deslizamento de terras causado pelo temporal.