O secretário-geral do PS afirmou hoje que o programa eleitoral recusa assumir "um optimismo estouvado" sobre o futuro do país e que não quantifica metas de crescimento e emprego a cinco anos de distância.
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As posições de José Sócrates foram assumidas em conferência de imprensa, após a Comissão Nacional do PS ter aprovado as bases programáticas dos socialistas para as próximas eleições legislativas.
"O programa eleitoral vai definir muitas metas e objectivos económicos. Metas precisas de emprego e crescimento económico devem ter em conta todas as incertezas da situação em que vivemos", respondeu o líder socialista.
De acordo com o primeiro-ministro, "é muito difícil quantificar" estimativas sobre crescimento e emprego "na incerteza actual, no fundo fazendo uma previsão a cinco anos".
"Esse tipo de metas são muito difíceis de definir e quantificar neste momento. O que existe é um programa eleitoral que visa transformar o crescimento e o emprego na primeira das prioridades", referiu o secretário-geral do PS.
Interrogado se o programa eleitoral do PS assumia uma perspectiva realista ou optimista, Sócrates respondeu que as bases programáticas dos socialistas recusam "um optimismo estouvado".
"O programa do PS tem a ambição que o partido sempre teve para o país. O programa do PS não é de nenhum optimismo estouvado, mas próprio de um partido determinado que tem a ambição de combater e de resolver a crise com confiança", disse Sócrates.
Na perspectiva de Sócrates, o programa "visa responder à crise económica, mas tem também a ambição da modernização do país".
"As duas palavras chave deste programa são recuperação económica, mas também modernização", advogou.
De acordo com o secretário-geral do PS, "todas as políticas económicas visam responder à crise, mas também reformar os aspectos que são essenciais para a modernização".
Uma das metas do programa eleitoral do PS referidas pelo secretário-geral socialista "é aumentar a médio prazo o peso das exportações portuguesas dos actuais 32 por cento para 40 por cento do Produto Interno Bruto.
Na conferência de imprensa, após a Comissão Nacional do PS, o coordenador do programa eleitoral, António Vitorino, declarou que o documento dos socialistas "faz em primeiro lugar a sustentação do trabalho desenvolvido durante esta legislatura, em linha com os compromissos eleitorais assumidos em 2005".
"O programa destaca o impacto que teve a crise internacional e a resposta que o PS deu a essa crise internacional. Depois, o programa apresenta as bases fundamentais em termos de futuro", salientou o ex-comissário europeu.
Para o ex-ministro do primeiro Governo de António Guterres, o programa tem três prioridades: "relançar o crescimento económico e promover o emprego (a grande questão do pós crise); reforçar a competitividade da economia portuguesa, retomando os objectivos de reforma e de modernização; e desenvolvimento de uma nova geração de políticas sociais para o combate à desigualdades e para a qualificação dos serviços públicos".