O ministro das Finanças revelou, em Bruxelas, ter dormido mal antes de tomar as medidas "duras" de austeridade que o Governo anunciou, mas que o cenário alternativo seria pior.
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"Devo dizer-vos que para tomar estas medidas dormi mal, mas se não as tomasse eu acho que não era capaz de dormir", confessou Fernando Teixeira dos Santos aos jornalistas no final de uma reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro hoje, quinta-feira.
O ministro reconheceu a "dureza das medidas" e manifestou estar "consciente do que isto vai custar a todos os portugueses", tendo justificado com a "necessidade premente" de assegurar condições de financiamento à economia portuguesa.
Teixeira dos Santos informou os parceiros de Portugal na Zona Euro das medidas de austeridade que o Governo conta tomar em 2011 com o objectivo de consolidar as contas públicas.
Entre essas medidas estão o corte de 5% na massa salarial da Função Pública, o congelamento das pensões em 2011 e o aumento em 2% do IVA, que passará a ser de 23%. As restantes taxas do IVA também vão ser revistas.
O Executivo de Sócrates decidiu congelar os investimentos públicos, cortar os benefícios sociais e também os benefícios fiscais das empresas e criar um imposto sobre o sector financeiro.
Estas medidas têm de ser aprovadas na Assembleia da República para entrarem em vigor.