O procurador do processo-crime contra o atleta paralímpico Oscar Pistorius, Gerrie Nel, voltou esta quinta-feira a pedir ao tribunal que rejeite o pedido do arguido de aguardar o julgamento em liberdade, mediante o pagamento de caução.
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A premeditação, na morte da namorada, Reeva Steenkamp, na manhã do dia 14 de fevereiro, e o risco de fuga do país são os dois argumentos nucleares da acusação para manter Pistorius na prisão, enquanto a defesa do atleta referiu, nos argumentos finais, que o Estado não provou a intenção de matar e que Pistorius, sendo uma figura pública e atleta paralímpico conhecido em todo o mundo, não tentará a fuga antes do julgamento.
Na sessão desta quinta-feira, que ao fim da tarde foi adiada para sexta-feira, foram também entregues ao magistrado Desmond Nair várias declarações feitas sob juramento de homens e mulheres que foram ameaçados fisicamente pelo arguido na sequência de discussões em torno de relações amorosas e outros assuntos, bem como de uma pessoa que aceitou dar a cara e assumir responsabilidades num incidente com uma arma de fogo em janeiro deste ano num restaurante de Joanesburgo.
Pistorius teria, nessa ocasião, disparado um tiro para o chão, inadvertidamente, quando, num restaurante, pediu a um amigo que lhe mostrasse a arma de fogo que transportava. O incidente, que não provocou vítimas, acabaria por ser atribuído a um dos presentes, a pedido do atleta, que não quis sofrer embaraços públicos.
Tentando recolocar nos trilhos um processo que na sessão de quarta-feira foi fragilizado pela falta de profissionalismo da principal testemunha de acusação, o detetive Hilton Botha, o procurador Gerrie Nel voltou a insistir nas linhas-mestras da teoria de premeditação: que Pistorius não se deu ao trabalho de saber onde estava a namorada, antes de disparar quatro tiros contra a porta da casa de banho, onde afirma que pensava estar refugiado um intruso, que antes de se dirigir à casa de banho e disparar foi ao quarto de cama colocar as próteses e que a sua intenção era matar, fosse quem fosse que se encontrasse no local para onde disparou.