Partidos lamentam "novela" mas PSD diz que fez "esforço sério" para entendimento
O PSD, pela voz do seu líder parlamentar Miguel Macedo, garante que "fez um esforço sério" para tentar "um entendimento" com o Governo sobre o Orçamento. Os restantes partidos lamentam a "novela" em torno das negocições entre Governo e sociais-democratas.
Corpo do artigo
"Julgo que o PSD pode, com inteira verdade, dizer aos portugueses que o esforço que fez foi um esforço sério, foi um esforço credível para tentar encontrar uma plataforma de entendimento com base num Orçamento que é mau", declarou Miguel Macedo à comunicação social, no Parlamento.
Questionado sobre o que pode o PSD fazer agora, o líder parlamentar respondeu que isso vai ser decidido na reunião da Comissão Política Nacional do partido, agendada a partir das 17 horas de hoje, quarta-feira.
"O PSD vai fazer aquilo que lhe compete, que é reunir os órgãos próprios do partido, apreciar a situação resultante daquilo que já é público e depois, evidentemente, vai tomar uma posição", disse.
BE: Ruptura valoriza "necessidade de propostas alternativas"
O deputado do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo considerou que a ruptura das negociações entre o Governo e o PSD em torno do Orçamento do Estado para 2011 "valoriza a necessidade de encontrar propostas alternativas".
"O fracasso destas negociações significa que é preciso dar respostas alternativas à situação dos portugueses e do país, como aquelas que nós apresentámos e vamos agora batermo-nos por elas no debate orçamental", acrescentou.
"O que interessa sublinhar é que estes meses de "negocieia, não negoceia", para finalmente não se entenderem, para finalmente negociarem e não se entenderem, nada disto altera a avaliação que fazemos, que o PSD não tem nenhuma oposição de fundo a este Orçamento que o Governo apresentou. E portanto, sendo assim, é natural que este Orçamento venha a ser aprovado", comentou.
PCP: "Pequenas divergências no meio de grande convergência"
O líder parlamentar do PCP entende que o fim das negociações entre o Governo e o PSD mostra apenas que existem "pequenas divergências no meio de um grande convergência" em torno de um documento recessivo.
"Este processo denunciou bem que há pequenas divergências no meio de uma grande convergência, porque se apareceram pequenas notas de dissonância em relação a esta ou aquela medida, na verdade em relação ao fundamental das medidas do Orçamento do Estado não apareceu nenhuma divergência", defendeu Bernardino Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
PEV lamenta "novela" entre PS e PSD
O Partido Ecologista "Os Verdes" diz ser lamentável "a novela" a que "o PS e o PSD têm sujeitado" o país e defendeu que seria "preferível" que toda a oposição tivesse rejeitado o Orçamento do Estado "desde início".
"O cenário que teria sido preferível para o país é que todos os partidos da oposição tivessem dito, desde o início, que não aceitariam este horrível Orçamento de Estado", afirmou o PEV, em comunicado.
De acordo com a avaliação do PEV, um cenário em que toda a oposição rejeitasse de início a proposta orçamental "obrigaria o Governo a ter necessidade de apresentar outras propostas".
Segundo o Partido Ecologista, o facto de o PSD "ter adiado permanentemente a sua posição", dando "esperança de viabilização do OE, entrando depois em negociações - traindo os seus próprios compromissos, ou seja, admitindo aumento de impostos - levou o Governo a criar força para a manutenção" da proposta do OE.