Henrique Granadeiro diz que foi "encornado"

O líder do Conselho de Administração da PT dá a entender a possibilidade de tomar medidas contra aqueles gestores, tendo já falado com o presidente-executivo Zeinal Bava.

À edição online da "Visão", Granadeiro disse ter sido o último a saber daquelas movimentações, garantindo que "não sabia nem desconfiava".

Henrique Granadeiro disse ainda à edição online do "Jornal de Negócios" que não foi informado da decisão de interpor providências cautelares contra a publicação de escutas telefónicas interceptadas no âmbito do processo Face Oculta e divulgadas ontem pelo semanário "Sol", admitindo que tal procedimento pode ter repercussões negativas para a PT por amplificar a divulgação.

O líder máximo da PT sublinha que tal suposto plano governamental para, por via da aquisição da TVI e de outros órgãos de Comunicação Social - numa "trama" que incluiria o controlo de títulos do grupo Controlinveste, entre os quais o JN, o DN e a TSF - poderia ter sido montado mas à sua "revelia". E "encornado", seguido de um riso, foi a expressão utilizada pelo gestor para descrever como se sentiu ao tomar conhecimento das conversas e movimentações de Rui Pedro Soares e Soares Carneiro, representantes do accionista Estado na Portugal Telecom.

Henrique Granadeiro tornou ontem público também o conteúdo de uma mensagem de correio electrónico enviada por João Carlos Silva, também citado nas escutas do caso.

Aquele advogado e ex-administrador da RTP desmentiu conversas telefónicas com Paulo Penedos e garantiu, ainda, que nunca participou em "qualquer conversa telefónica ou pessoal" que envolvesse o nome de Henrique Granadeiro sobre o negócio da compra da TVI por aquela empresa participada pelo Estado ou qualquer contexto. "A alegada escuta não existe, não pode existir porque a conversa que relata nunca existiu", diz.

Esta "conversa" foi divulgada como fazendo parte das escutas do Face Oculta sobre os bastidores da tentativa de compra da TVI pela PT.