Proximidade com as pessoas e com as comunidades torna possível fintar o destino, mesmo nos casos mais difíceis.
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Em 2021 o JN continuou a estar próximo das pessoas e a trazer a público as suas preocupações, ajudando a resolver problemas e a minorar dificuldades. Estas que aqui apresentamos são algumas das histórias em que fizemos a diferença. Em 2022 queremos continuar a dar voz a quem precisa.
GAIA: Ajuda para terapia de Pipinho
Filipe - ou Pipinho, como é conhecido o menino de 16 anos, de Avintes, Gaia, que tem uma doença genética rara, a síndrome de Norrie, e não anda, não fala nem vê - precisa de terapias diárias intensivas, para melhorar a condição física. Os cerca de 2000 euros mensais para tratamentos são impossíveis para o parco orçamento familiar e o pai do jovem, Nelson Ferreira, tem recolhido sucata para pagar terapias. Em novembro, o JN acompanhou uma recolha e a reportagem gerou um aumento das doações de sucata, revelou Nelson, que faz recolhas em Gaia e no Porto e pode ser contactado através da página de Facebook "Todos juntos pelo Filipe Ferreira".
VILA DO CONDE: Reforma após dois anos à espera
Conceição Tinoco tinha requerido a reforma em 2018, mas jamais imaginou que, dois anos volvidos, continuaria à espera do estatuto e da pensão. Com direito a uma pensão unificada, por ter efetuado descontos para a Segurança Social e para a Caixa Geral de Aposentações (CGA), Conceição, de Modivas, Vila do Conde, viu as duas entidades num pingue-pongue de responsabilidades, sem desbloquearem o processo. Entretanto, ia sobrevivendo com um rendimento mínimo de 189 euros e a ajuda da família. Com o apoio de um contabilista, fez reclamações para a CGA e para o Centro Nacional de Pensões. O JN denunciou o caso no início de janeiro, e a reforma chegou.
TROFA: Habitação de acumulador limpa
Perto da antiga estação de Muro, na Trofa, a casa de um acumulador de lixo afligia a vizinhança, por estar transformada num depósito de entulho. Os vizinhos queixavam-se da proliferação de ratos, receavam perigo para a saúde pública e alertavam para o risco de incêndios. A situação arrastava-se há uma década, apesar dos alertas para várias entidades. Um grupo de moradoras contou a história ao JN, que noticiou o caso no início de agosto, e a situação foi resolvida, tendo sido acionados meios para efetuar a limpeza da habitação.
VILA DO CONDE: Jasminy tem ajuda para sorrir
No passado dia 12, o JN contou a história de Jasminy, de 12 anos, que sofre de um grave problema de saúde oral e que perdeu parte da dentição. E a ajuda chegou. Oriunda de Angola, está em Portugal há dois anos, sem conseguir acesso aos tratamentos. Através de vizinhos da família, que vive em Árvore, Vila do Conde, com dificuldades económicas, o caso chegou à Associação Desportiva de Árvore Forças Segurança Unidas, que apelou à solidariedade e criou a página de Facebook "Todos unidos pela princesa Jasminy". "Com a reportagem do JN, uma clínica de Vila do Conde quis ajudar, e está a oferecer os tratamentos médicos à menina", agradece o presidente da associação, Bruno Brini.
VAGOS: Câmara arranjou estrada perigosa
Em junho, o JN dava conta da preocupação da população de Vagos devido à elevada sinistralidade numa via municipal que liga as localidades de Santa Catarina e Parada de Cima. Várias pessoas lamentavam a inação das autoridades. Júnior Conde, que deu voz ao caso, diz que "a notícia fez toda a diferença e foi muito importante para ajudar a resolver o problema", pois já antes se haviam dirigido à Câmara e promovido um abaixo-assinado, mas sem obterem resposta. Entretanto, a Autarquia colocou piso antiderrapante e prometeu mais ações caso se verificar que a sinistralidade se mantém. "O jornalismo ajuda a dar visibilidade pública aos problemas e tem impacto na sua resolução. Depois da notícia do JN sentimos que fomos ouvidos", diz Júnior.
CAMINHA: Caso de Martin gera solidariedade
Em 23 de setembro, o JN noticiou o caso de Martin, um menino com 12 anos que ficou totalmente dependente após um acidente numa passagem de nível com guarda, em Caminha. Seguia no carro conduzido pela mãe de um amigo. A condutora não se deu como culpada. E a família luta para que seguradora "assuma responsabilidade", cobrindo as despesas inerentes à nova condição da criança, incluindo o acompanhamento num centro de reabilitação privado. Após a divulgação do caso, gerou-se uma onda solidária gigantesca, que não tem parado e ajuda os pais Amaya Guterres e Paulo Fonseca. Martin tem mais três irmãos. A trágica boleia deixou o menino com lesões graves a nível cerebral e cervical. Está traqueostomizado, alimentado por botão gástrico e tem tetraparesia. Não anda, não fala e está ventilado 24 horas por dia.
TABUAÇO: Filipa volta para casa dos pais
A fuga de Filipa Pinto, de 17 anos, da casa de acolhimento onde vivia para se refugiar em casa dos pais na aldeia de Barcos, Tabuaço, fez capa do JN no dia 11 de novembro. No dia anterior, a GNR, cumprindo um mandado de detenção e encaminhamento para a instituição social emitido pelo Ministério Público, tinha tentado que a jovem a acompanhasse, mas sem sucesso. A menor tinha-se evadido em meados de outubro da Misericórdia de Resende e chegou a ameaçar que se mataria caso fosse forçada a abandonar a residência da família. A fuga fez "correr muita tinta". Já durante este mês, o Juízo de Família e Menores de Lamego decretou o fim das medidas de promoção e proteção de Filipa, para agrado da jovem e da família.
SANTO TIRSO: Família recebeu herança retida
Foi com alívio que Paulo Cunha e Luís Freitas viram ser feita, no início de maio, a transferência do dinheiro que a tia de ambos, falecida em abril de 2020, deixara depositado em contas no balcão do Millennium BCP, em Santo Tirso. Com a herança retida há um ano, após cumprimento de todos os procedimentos - incluindo o pagamento do imposto de selo de cerca de 12 mil euros - exigidos aos herdeiros, a família relatou o caso ao JN, que o noticiou a 12 de abril. Cerca de 15 dias depois, o impasse ficaria resolvido. "Após a notícia do JN, o banco regularizou a situação. O dinheiro caiu na conta, ao fim de um ano", congratulou-se, então, o advogado da família, Hernâni Gomes. "Nada se resolvia, e a única solução que vimos foi através de uma notícia. Se não fosse a Comunicação Social, hoje ainda não tínhamos a nossa herança", afirmou Paulo Cunha.
MAIA: Cães retirados de casa vazia
Um casal de cães viveu mais de um ano numa casa não habitada em Pedrouços, na Maia, provocando incómodo aos vizinhos, que se queixavam do cheiro nauseabundo a excrementos. A situação agravou-se com o nascimento de seis crias. Apesar das queixas às autoridades, a situação manteve-se até o JN realizar uma reportagem no local. O problema foi resolvido na madrugada do dia seguinte. O dono dos cães, acompanhado pela Polícia, foi abrir a casa e os animais e as crias foram retirados pelos serviços camarários e transportados para o canil municipal da Maia.
BRAGA: Fez-se luz em S. Victor
A 28 de janeiro, a fachada da Junta de S. Victor, em Braga, ainda não se tinha despedido das iluminações de Natal, porque o brilho que emanam era, nessa altura, mais relevante do que nunca. Os enfeites serviram para aliviar a escuridão daquela rua, enquanto a EDP Distribuição não substituiu as luminárias LED, que tinham deixado de funcionar em outubro do ano passado. A Junta já tinha pressionado a empresa, mas só no dia em que o JN confrontou a EDP com o caso é que os técnicos foram à rua devolver a luz pública. "Normalmente, por aquela altura, já teríamos desligado as iluminações de Natal, mas, em jeito de protesto simbólico, a Junta decidiu mantê-las", sublinhou o autarca, Ricardo Silva.