<p>O economista Mira Amaral afirmou hoje, quarta-feira, que o PSD lhe forneceu documentação que, no seu entender, demonstra que os sociais-democratas propuseram ao Governo cortes na despesa de 500 milhões de euros.</p>
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Esta manhã, Mira Amaral tinha afirmado que, "para que houvesse um acordo para a viabilização do OE, o Governo teria de apresentar flexibilidade do lado da despesa e o PSD tinha que mostrar alguma flexibilidade do lado da receita e aceitar o aumento de impostos, dado que o valor do défice é indiscutível e tem de se cumprir".
Mira Amaral disse esta tarde à Lusa que, na sequência dessas declarações, recebeu documentos do PSD sobre as negociações com o Governo no âmbito do Orçamento do Estado para 2011.
O ex-ministro de Cavaco Silva conclui, com base nesses documentos, "que o PSD tinha mostrado alguma flexibilidade do lado da receita, até já tinha aceite algum aumento do IVA -- aquele IVA intermédio ligado à agro indústria -" e que, "agora, o PS não mostrava qualquer flexibilidade para fazer cortes do lado da despesa".
"Eu achava que o PSD já tinha mostrado medidas do lado da despesa e concluo agora, com base nos textos que recebi, depois das negociações, que o PSD até apresentou cortes de 500 milhões de euros do lado da despesa, sem ter conhecimento efectivo do que lá está", avançou à Lusa Mira Amaral.
"O PSD mostrou a tal flexibilidade que eu suspeitava, mas o PS manteve-se rígido e inflexível do lado da despesa e a responsabilidade deste impasse é do Governo", rematou Mira Amaral.